Moro próximo à avenidas movimentadas e esperar nas esquinas dos semáforos, já é rotineiro.
Rotineiro e demorado. Avenidas largas, carros incessantes, fazem com que o tempo que temos esperar o sinal do pedestre esverdear seja significativo.
Nada resolve ter pressa.
Tem que ficar ali mesmo, imóvel... mas há algo fascinante enquanto se espera, principalmente quando se está sozinho – a conversa alheia!
Uma dessas escutas anônimas em semáforo, já tinha me marcado profundamente.
Ouvi a descrição de um jovem, trajando terno, sobre lavar louca.
- Sabe que eu gosto de uma pia lotada de louca, aquela bagunça, aquela confusão. Porque para mim isto é alquimia. Você começa e logo está tudo arrumado, transformado.
Acende o bonequinho verde, e lá se vai o alquimista das pias.
Nunca soube direito o que é alquimia, mas aquela escuta me transformou. Toda vez que a pia está caótica, lembro-me do jovem e começo a minha alquimia. E sabe que dá certo?
A de ontem então, está me fazendo rir só de lembrar.
Uma senhora com sua cuidadora aguardando o esverdear ao meu lado. A cuidadora diz para ela:
- Esses dias eu vi uma senhora de bengala e salto alto.
- Velha biruta. Tinha que estar internada.
Não contive a gargalhada. Nunca vi uma senhora de bengala e salto alto! Mas deve ser das velhinhas mais excêntricas e bem faz ela em andar por aí causando espanto em muitos!
Alguém mais já ouviu uma boa história num semáforo?
rssssssss...essas histórias são legais. O ruim é quando ficam pela metade,realhos apenas...beijs,chica
ResponderExcluirkkk!
ResponderExcluirVerdade, já ouvi algumas histórias assim também...
Delícia pura, Ana Paula!
Super beijo!
estou rindo muito. Fiquei imaginando a velhinha de salto e bengala. Louca!
ResponderExcluirAgora deixa eu contar: adoro lavar louça! quanto mais cheia a pia, melhor. Gosto muito dessa coisa de lavar, ver a sujeira sumir. Coisa de louca.
Não me lembro de algo para contar no trânsito porque aqui em Valinhos ainda não temos engarrafamento e semáforos muito longos.
Mas já vi uma briga, numa dessas paradas. O homem gritava muito com a mulher, esmurrava o volante, e eu fui fechando o vidro devagar para não deixa-la ainda mais constrangida. Coitada, que mico!
Ótima postagem Ana, beijo.