terça-feira, 23 de outubro de 2012

Um super-herói indiano

Na semana passada houve uma blogagem coletiva sobre o tema do trabalho infantil. Eu não participei, não tinha o que dizer, além do sou contra trabalho infantil.
Li algumas postagens que trouxeram a questão de crianças que trabalham na tv, ou como modelos que achei bastante interessante.
Hoje, li uma matéria sobre um ativista indiano que fala do trabalho escravo.
Gostaria de dividir com vocês.
Seu nome é Satyarthi Kailash, 58 anos; ele diz ter salvo 80 mil crianças do trabalho escravo nos últimos 30 anos. É membro da ONG americana Centro de Vítimas de Tortura. Ele não carrega armas.
Em entrevista ( Folha de S.Paulo 23 de outubro de 2012 ) ele disse que ainda temos 215 milhões de crianças trabalhando.
O tráfico de crianças é o terceiro maior mercado ilícito do mundo, perde só para a venda ilegal de armas e de drogas.

"No mundo ilegal está a máfia. Pessoas perigosas. Sou inimigo deles. Já apanhei bastante por isso. Sofri mais de dez atentados. Quebrei as costas, as pernas, a cabeça.
Hoje ando com um segurança ao meu lado, mas não o levo para missões de resgate, porque se levo uma arma comigo, os escravocratas chegam com dez...
Todas as crianças que eu e meus colegas libertamos foram marcantes para mim, mas não me lembro o nome de todas, foram 80 mil. Me lembro sempre de uma delas, porque a história é muito comovente.
Ela tinha 6 anos quando foi libertada e trabalhava desde os 4, quebrando pedras. Os pais e avós também eram escravizados...
... fizemos o resgate de madrugada. Era a hora em que o guarda, que ficava armado, ia ao banheiro e tomava banho, em um lugar mais afastado. Entramos e resgatamos todos. As crianças vieram no meu carro.
Em operações muito arriscadas eu mesmo dirijo, porque o motorista pode ser corrompido, me deixar em algum lugar para que me matem ou simplesmente fugir de medo e levar as chaves do carro, como já ocorreu uma vez.
(...)
Pouco depois a menina me perguntou: "Por que você não veio antes?"E aquela pergunta foi tão pesada. Acho que ela vale para todo mundo. Por que não agir agora, se há urgência, se é preciso acabar com isso?

As pessoas comuns podem ajudar sendo consumidores conscientes. Não comprando produtos vindos de mão de obra escrava. Grandes marcas contratam fornecedores que usam essa mão de obra."

11 comentários:

  1. Ana Paula, muito bonita a atitude do Sr Satyarthi Kailash. Infelizmente somos muuuuuito pequenos para lutar contra esse tráfico. Apenas podemos seguir o conselho dele quanto ao consumo.
    Até aí, tudo bem, mas é de enjoar o estômago a revolta que dá na gente saber dessas coisas e depois ter que conviver com um "Criança Esperança". Deus que me perdoe, mas... Pessoal, a menina não perguntou ao Sr Satyarthi Kailash porque não foram lá antes??? E nós, o que estamos fazendo!!!
    Beijo
    Manoel

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  2. Gostei de seu post e me fez pensar mais sobre este assunto e fiquei pensando nas marcas que podem usar essa mão de olbra!
    Vou ficar de olho!
    Beijos e te desejo uma quarta-feira de paz e boas energias!
    CamomilaRosa

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  3. Oi AnaPaula
    E pensar que nem acreditamos mais quando alguém faz um trabalho generoso desses. Porque só sabemos reclamar e dizer que 'nada podemos fazer'...
    Precisamos entender que temos parte nisso quando não denunciamos maus tratos e 'menino sem escola'.
    Oportuno o texto pra reflexão ,precisamos reagir!
    Obrigada
    e um abraço grande

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  4. Quem quer faz!

    Muito triste que ainda exista escravidão nos dias de hoje, seja infantil ou do que for. O dinheiro desperta o que há de pior no ser humano.

    Q lindo o trabalho desse homem!!

    Bjs

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  5. Adorei o post, Ana Paula! É preciso mesmo refletir, temos muitas questões urgentes. Tenho repensado muito meus padrões de consumo, estimulado meu marido e minha filha a refletirem juntos. Quero formar uma consumidora mais consciente, quero ser mais consciente. Marcas que usam crianças para produzir e para vender não merecem nosso consumo. É muito triste pensar que a Infância não é um direito de todas as crianças!!!
    bjs

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  6. Bela atitude generosa essa e o tema é profundo e precisa ser pensado e repensado! beijos,chica

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  7. Oii Ana, imagina o qto essa menina não sofreu p ela fazer esta pergunta, demais o texto e a reflexão, o negócio é ter atitude mesmo! Bjooooss

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  8. Sim Ana, um grande heroi indiano!
    Parabéns a ele, e a muitos outros que lutam bravamente contra o trabalho escravo e o tráfico de crianças.
    Coisa nojenta, crime imperdoável, tenho náuseas de pensar nisso.
    Fiquei emocionada com a pergunta da menininha, tão inocente e tão profunda.
    Até quando a humanidade chegará atrasada, as vezes tarde demais?
    Uma pena estarmos presenciando tantas barbaridades, e permitindo que tirem a infância de nossas crianças.
    Assunto pesado, triste.
    Tenha um bom dia querida, Beijos.

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  9. Comecei a olhar td tão diferente depois de assistir ao filme Diamantes de sangue, mas mudança e cuidado com o olhar e com o consumir depois de seu post tb.
    Nem sempre podemos viver com olhos de poesia, é preciso um pouco de drama, terror e tragédia para que não passemos desapercebidos pelas realidades nuas e cruas que nos cercam.
    Meu carinho e cheiro de passarinho :)

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  10. Ana Paula,

    Esse assunto é de extrema importância mesmo!!!
    Temos que lutar contra isso...
    Já ouvi falar de muitas marcas que usam trabalho escravo em suas confecções e por isso não compro mais nelas...

    Adorei o texto e o relato!

    Beijos!!!

    Lívia.

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  11. Ana,
    que super herói!
    Ainda bem que o mundo está cheio desses pessoas, até então anônimas, que não esperam. Que fazem!

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