sábado, 30 de julho de 2011

Enfileirando

Queria ser poeta
mas minhas mãos foram embrutecidas pelos tijolos
Devem ser macias e leves
as mãos dos poetas

Queria ser poeta
saber enfileirar as palavras
na branca folha
Tão somente sei enfileirar tijolos
a formar branca parede

Meu lápis, ponta
de indelicada grossura
marca abrupto a madeira
o esquadro da janela
O lápis do poeta, fina ponta
a enlaçar-se à maciez de sua mão
e juntos bailar sobre o papel

Nas minhas noites
em que sonho ser poeta
minhas mãos embrutecidas
aparam minha cabeça a devanear

Haveria um poeta habitando
os tijolos que enfileirei?
Escrivaninha recostada à janela que abri?

No meu devaneio
vou enfileirando palavras
palavras que carregam poesia
ternura, saudade, luar, alumbramento...
Queria ser poeta.

Ana Paula

6 comentários:

  1. Esse pedreiro sonhador é um grande poeta, como você.
    Sabe colocar lindamente o que lhe vai no coração.
    Parabéns ao pedreiro, parabéns a você.
    Beijos, estava com saudade dos seus posts.

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  2. Vc conseguiu tornar seus devaneios e anseios em linda poesias, desejo e realização.és poeta pois poetar é escrever com a alma e o coração. bjssssssssssssssss

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  3. Adorei,amiga!
    Estava com saudades das suas palavras enfileiradas que fazem todo o sentido, quando as vezes algumas coisas parecem sem sentido!
    super ótimo domingo para vcs!
    beijões

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  4. Lindo post Ana!
    Acredito que todos somos um pouco poetas quando conseguimos expressar coisas que vem lá do coração!
    Bj
    Débora

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  5. Não precisa mais querer.. Vc já é !!!

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