Eu
evito falar sobre este assunto no blog, porque me tornaria uma pessoa
repetitiva.
Falta
de energia. Este ano aconteceu quinze vezes.
O
nome não é este. É um nome pomposo: desligamento programado de
energia.
Acontece
aos sábados das 8h às 16h podendo se estender conforme necessidade.
No
começo, a companhia de energia elétrica era bem simpática: na
quarta-feira anterior ao desligamento, recebíamos uma cartinha,
avisando do tal evento.
Creio
que no decorrer do ano, muitos, assim como eu ficavam tão irritados
desde a quarta-feira até o sábado, que agora eles nem avisam mais.
Desligam
e pronto.
Em
quinze vezes eu me utilizei, aqui do nono andar do prédio, da
maravilhosa invenção chamada de palito de fósforo. Mas ela não
aguentou tanta demanda e acabou quinze dias atrás, quando houve
outro desligamento programado.
Esqueci-me
de fazer a reposição. Somei a raiva da falta de energia com a
raiva da falta de uma caixinha de fósforo e antes que começasse a
proferir palavras indecorosas, achei melhor escrever.
Porque
na matemática tenho dificuldade. Por exemplo, sábados e sábados
sem energia, menor consumo e conta a pagar sempre mais alta. Ah!
Lembrei: é aquela regrinha que um professor ensinou ( - com – dá
+). Entendi: cada vez menos energia e mais alto o valor da conta...
O
dia raiou
mas
no escuro
meu
cotidiano ficou
Sem
avisar sem perguntar
a
companhia de energia elétrica
poste
em poste
pôs
-se a desligar
Eu
não podia passar
não
podia aspirar
não
podia centrifugar
muito
menos navegar
os
postes nem me deixaram postar
nem
um chá quente tomar
para
me acalmar
Pus-me
a gavetas arrumar
na
esperança de um palito de fósforo
encontrar...
Esquentaria
água no fogão
para
abrandar meu coração
Nem
banho posso tomar
para
a cabeça esfriar
(mas
com água quentinha
porque
esta frente fria
tá
de arrepiar)
Almejo
tanta tecnologia
mas
uma caixinha de fósforo
tão
bem me cairia
Ah!
A gaveta?
Não
encontrei fósforo não
Então
fica a sugestão:
numa
caixinha
num
risco
o
fogo,
a
luz de supetão.
A única coisa que a gente ganha com isso é afzer poesia! heeheheh. bjssssssssssss
ResponderExcluirAmiga! Você é formidável!!!
ResponderExcluirAté na frustação ages com delicadeza,fazendo
poesia...Amei!
Mas,na verdade a gente vai esquecendo de pequenas coisas tão úteis como fósforo, velas,
só nesses momentos que precebemos seu valor.
Abraços! Boa noite e um lindo domingo.
Tudo é inspiração pra um poeta... principalmente a dor ou as coisas ruins. Gostei do teu poema!
ResponderExcluirQue bom que conseguiste comprar o livro, vamos ver o que achas... Espero que te inspires tanto quanto me inspirou ao escrevê-lo!
Bjo!
Ana Paula, desligamento programado só por eles, não é. O consumidor...
ResponderExcluirCartinha só receberemos se deixarmos de pagar. Aí eles se lembram da gente.
Adorei a sua "lógica matemática":
"é aquela regrinha que um professor ensinou ( - com – dá +). Entendi: cada vez menos energia e mais alto o valor da conta..."
rs...rs. Este fenômeno é tão misterioso que fica fora da nossa capacidade de entendimento.
Gostei também da "tecnologia do palito de fósforo". Tão simples e tão necessária nessas horas. O que não anima muito é o nono andar. Sem energia, o jeito é "malhar" nove para descer e depois nove para subir.
Gostei muito do seu jogo de cintura, soltando suas emoções nesse talentoso poeminha. Muito legal. Adoro a sua ironia inteligente. Seu texto transmite-as muito bem.
Que bom que está tudo solucionado. Agora é aguardar a próxima programada.
Ah! Corre lá comprar as caixas de fósforos! rs.
Beijo com carinho.
Manoel.
Linda poesia!
ResponderExcluirMinha matemática para essas coisas também é péssima! rs
rssssssss...Muito chato estar sem luz e pior se estamos sem fósforos em casa e isso acontece...
ResponderExcluirLindo poema sem luz fizeste , mas que brilhou... beijos,chica e ótimo domingo!
Ana Paula, a falta de luz gerou uma bela e bem humorada poesia! Adorei, rs...
ResponderExcluirAqui acontece às vezes, mas eles ainda avisam, e o número esse ano deve ter sido por volta de 3 vezes... bem mais tolerável!
Estava com muitas saudades de ti. Mas o tempo anda curto aqui...
Beijos e um ótimo feriado com bastante energia por aí!rs
Su.
Que coisa mais chata...
ResponderExcluirAinda bem que tem coisas boas no meio disso tudo, principalmente esta poesia!
Adorei!!
Bjks mil
Ana Paula,aqui ainda estão na fase de mandar as cartinhas!Espero que sempre avisem pois é horrivel ficar sem luz de supetão!E a conta de fato cada vez mais alta!Vc tem razão em ficar aborrecida,mas a poesia ficou muito divertida!bjs,
ResponderExcluirAna Paula querida,
ResponderExcluirA sua falta de luz, ainda bem, é só do lado de fora porque dentro de você a companhia elétrica não consegue apagar sua luz e inspiração bem humorada mesmo com motivos de sobra para estar de mal humor. genial seu poema. Girassóis nos seus dias. eles brilham sempre. beijos
Chegamos a um ponto, é uma constatação, que não sabemos como "sobreviver" sem energia eléctrica!
ResponderExcluirÉ verdade... somos uns dependentes completos!
Beijinhos.
Ana Paula, voltei pra agradecer o cd que você enviou de presente, chegou hoje, fiquei super feliz e logo fui abrindo e vim correndo ouvir, uma graça, educativo e ultra pedagógico, as crianças vão amar, na quarta-feira levarei para a escola com certeza, para ouvirmos juntos. Muito obrigada de coração. Que lindo presente.
ResponderExcluirBeijos.
Su.